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Mostrando postagens de setembro, 2017

Belíssimo

Meus olhos estão cansados de morrer. E morrem abertos anestesiados de um ai profundo. Eles sabem que no fundo de cada alma há sempre um abismo novo que compete com o abismo do outro, e que, somados, são o abismo de um povo. Meus olhos sentem as farpas, as farsas, as fissuras da estrutura dos mundos. Eles se banham silentes, face a indiferença de muitos. Mas morrem de pé como quem se recusa a quedar-se. Morrem eretos, como quem nem mesmo ante a morte se curva. Pois sabem enxergar o sol nas profundezas mais turvas. Nara Rúbia Ribeiro 30-09-17

Quem sou eu?

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Ah... Um dia todos iremos embora, Toda carne apodrecerá Os sentimentos não valerão nada Nossos amigos nos esquecerão... O que a morte tem de bom para a vida? - A certeza: Que somos frágeis, mas que somos bons; Que somos fracos, mas fazemos bem a alguém; Que a carne, apesar de corrupta, faz nascer; Que amigos de verdade nunca nos apagarão; Que somos o que escolhemos ser para alguém. Ah... Quando formos, embora contaminados Seremos eternos, Faremos compaixão e lágrimas valerem, A podridão se revestirá de lembranças E o odor da vida prevalecerá.                                                   Neusilena Costa